Atraídos ao deserto – Pr. Uagner Nantes

Atraídos para o deserto

Oséias 2:14

Mais alem do que o texto diz sobre a historia de como um homem teve que levar em si as marcas de uma mensagem, pois teve que se casar e se manter casado com uma prostituta com o único intuito de manter a mensagem de Deus para uma nação perdida, sobre uma aliança com alguém que o traía com uma vida promiscua e que com isso leva um casamento a se desfazer, mas por graça e insistência Divina seria refeito novamente. Mais alem desse texto estar se referindo a prostituição de Israel ao se entregar para outros deuses e outras culturas pagãs e que por sua conduta havia rompido essa aliança, mas Deus tinha interesse em se manter fiel. Mais alem desse texto estar fazendo uma referencia a Apocalipse 12 onde aparece a visão de uma mulher vestida de sol e que esta sobre a lua representando fatos finais da historia de Israel e da nossa também. Mais alem de tudo isso o que mais me chamou atenção nesse texto é o Senhor dizer que nos atrai ao deserto.

Todos nós sabemos o que é um deserto; é um lugar árido, seco, com perigos iminentes, sem água, sem sustento, solitário, que tem temperaturas extremas de dia e a noite um frio terrível; o deserto simboliza as nossas provas mais solitárias, nossos temores mais incontroláveis. Pra quem entra num deserto e permanece algum tempo lá já começa acreditar que o deserto será seu tumulo. (Deuteronômio 8:3,4)

Moisés foge para o deserto após perder as estribeiras por ver um soldado egípcio maltratando um hebreu, então ele mata esse soldado. E lá recomeça sua vida, e permanece por 40 anos até que se encontra com Deus recebe um chamado, e não acredita de imediato no que Deus estava fazendo. Ele não sabia que foi Deus que o havia atraído para o deserto. Desde falar com ele através de uma sarça o que naquela época levaria qualquer um a adorar o deus sarça, Moises decide se aproximar para matar a sua curiosidade. Imagina o quão cético ele estava em não acreditar que algo de extraordinário poderia acontecer em sua vida. E aí alguém pode dizer: Eu gostaria de ter a fé de Moises com aquele cajado. Mas Moisés não tinha fé. O cajado que Moisés carregava não era o cajado da fé era o cajado da incredulidade. Porque Deus fala com ele lhe da à garantia de sua palavra que tudo o que Ele estava falando aconteceria e ainda assim Moisés não crê.

Então Deus usa um cajado pra dar um nó na incredulidade de Moisés. Joga o cajado no chão ele joga vira serpente, agora pega pela cauda. Mas não se pega serpente pela calda; pega pela calda, ele pega e vira cajado. Agora bota tua mão no seu peito; agora tira; ta leprosa! Bota de novo; agora tira; ta boa! Pronto vai lá faz tudo isso na frente deles que eles vão acreditar. Isso não é perspectiva de quem tem fé, isso é perspectiva de quem é incrédulo. Ele esta levando aquele cajado porque ele é incrédulo, depois de passar por um processo que ele vai virar um homem de fé.. É que agente olha pro Moises já nessa perspectiva da fé, mas o Moisés vem pra Deus na perspectiva da incredulidade.

Por que Deus nos atrai para o deserto?

1º) O deserto é a Escola de Deus – O deserto não é um acidente de percurso, mas uma agenda de Deus. O deserto é a escola superior do Espírito Santo, onde Deus trabalha em nós antes de trabalhar através de nós.

2º) Para nos vencer – O importante na jornada cristã não é o quanto temos de Deus, mas o quanto Deus tem de nós.

Moises aprende a depender de Deus no deserto e lá Deus o ensina todo caminho pelo qual deveria passar com os hebreus. Quando entramos no deserto temos um Deus, mas quando saímos Deus nos tem.

3º) Para tirar o nosso orgulho – A força que sabe que é forte na verdade é fraqueza, mas a fraqueza que sabe que é fraca, na verdade é força. Hernandes dias Lopes. Ele nos leva para essa escola não para nos exaltar, mas para nos humilhar. Essa é a escola do quebrantamento, onde todos os holofotes da fama se apagam e passamos a depender total e exclusivamente da graça de Deus. O deserto é a escola de Deus para quebrantar, ensinar, fortalecer, curar e fazer milagre. Se soubéssemos o quão bem faz passar pelos desertos não murmuraríamos no deserto, mas aproveitaríamos a nossa estadia.

4º) É no deserto que aprendemos a depender mais do provedor do que da provisão – Só saberemos que Deus é tudo o que precisamos quando ELE for a única coisa que tivermos. Quem mandava a nuvem de dia para mantimento do bem estar dos hebreus e a coluna de fogo à noite para aquecê-los e guardá-los dos ataques dos salteadores? No deserto não há recursos humanos, porque, os recursos no deserto vêm somente de Deus. Ele é Água da vida, pão vivo, refrigério na angústia.

5º Provar o nosso coração- 1 Coríntios 3:13. As ofensas revelam nosso cristianismo.

6º Deus anula as distrações – É no deserto das solidões que aprendemos a ouvir Deus de maneira que nada nos distraia. Deus nos tirou da cidade, da confusão, da razão, da estrutura religiosa, para vivermos totalmente dependentes dele. Quando os problemas levam os crentes a orar fazem mais bem do que mal. J. Blanchard.

O deserto também foi o lugar onde através do profeta João Batista, Deus se revelou ao seu povo anunciando que o seu endereço havia mudado. Antes Deus se manifestava nos templos agora ele se manifestava no deserto e de lá apareceu a “Voz do que clama no deserto”. Como disse (Is 40:3). João Batista viu no deserto uma mensagem de arrependimento a um povo que estava seco, e inóspito para Deus.

Já nosso amado Jesus usou o deserto para anunciar ao inferno que o menino prometido no Éden que pisaria a cabeça da serpente enfim havia sido manifesto. Adão pecou no paraíso, Jesus venceu o diabo no deserto, não são os lugares que decidem nossas vitorias, mas as nossas atitudes.

No deserto Jesus vence o diabo, pois três convicções suas são justamente as ferramentas que o diabo até hoje usa para derrubar a humanidade:

1º Identidade – Eu sei quem eu sou. “Se tu ES o filho de Deus…”

2º Segurança – Não estou só. “Lança-te daqui …”

3º Propósito – Eu sei por quem eu vivo- “Se prostrado me adorardes”

Os desertos não são lugares acolhedores, mas são lugares onde Deus tem prazer de se manifestar, pois dificilmente atrapalharemos o processo de Deus quando estamos no deserto pela dependência que ele mesmo gera em nós nesse tempo. Quando Deus te atrair para o deserto é o melhor lugar para estar, pois, é melhor estar no deserto com Deus do que no Oasis com satanás. É melhor ter Cristo dormindo no meio de um mar revolto do que ter satanás remando nosso barco no mar calmo. As aflições devem sempre ser sempre avaliadas pelos seus propósitos. João Calvino (ROMANOS 8:18).

 

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